Mais um evento com avaliação positiva. O 2º Seminário de Negociações Coletivas, promovido pela Fenaert, foi um sucesso e deve seguir no calendário de eventos da entidade. "Foi mais um evento muito rico em informações pertinentes ao setor e às atividades do nosso dia a dia de negociações", avaliou o Diretor de RH da Rede Record, Márcio Santos. Participando pela segunda vez, ele destacou a palestra do ministro do Tribunal Superior do Trabalho, Walmir Oliveira da Costa, como uma das mais importantes. "Ele mostrou como pensa o Tribunal e deu alguns caminhos para buscarmos alternativas para solução de problemas".
Estreando no evento, Alexandre Jubert, presidente do Sindicato de Rádio e TV da Paraíba, ressaltou o momento para troca de experiências entre as diferentes entidades. "Além dos temas importantes, aproveitamos para essa troca com sindicatos de outros estados. Nos faz repensar algumas ações e nos dá uma visão mais ampliada da realidade do país".
O balanço positivo é compartilhado pelo presidente do Sindicato das Empresas de Radiodifusão de Manaus, Nivelle Daou Jr. Para ele, as palestras foram objetivas e pontuais, com destaque para o tema abordado pelo cientista político, Carlos Melo. "A avaliação da conjuntura política é necessária para que os empresários estejam preparados para esse cenário de incertezas. Também nos faz refletir sobre a importância da radiodifusão neste contexto, para atuarmos de forma positiva nesse processo", avaliou.
No evento que se propôs a analisar o cenário político e econômico do país e os impactos nas negociações coletivas, Carlos Melo alertou para o crescimento restrito do país para os próximos anos. Para ele, o provável cenário para o restante de 2016 e para o ano de 2017 é um governo pouco efetivo, que vai procrastinar reformar necessárias, realizando algumas parciais, de forma rasa e lenta; com investimentos cautelosos e crescimento restrito. "O momento agudo já passou, mas a crise é crônica. Só controlar a inflação não basta, é preciso dar um salto", disse.
O Ministro do Tribunal Superior do Trabalho, Walmir Oliveira da Costa, falou sobre como o Tribunal enxerga as negociais coletivas e deu orientações importantes para os representantes das empresas de rádio e televisão do país. Em mais de uma hora de palestra, Walmir esclareceu dúvidas e deu orientações importantes. Entre elas é de que o advogado da empresa precisa apresentar propostas bem fundamentadas e justificadas. "Tem que se opor justificavelmente. Apresenta justificativa, mas não se opõe de forma oca, vazia, desfundamentada". Segundo ele, esse trabalho leva para o tribunal a simpatia da tese. Sem esquecer da boa fé, que de acordo com Walmir, é ainda mais importante. "Age de boa fé. Mostre ao tribunal sua dificuldade", complementou.
Já o presidente da FENAERT, Ary Cauduro dos Santos, defendeu a necessidade de adequação entre a lei e a realidade da radiodifusão, que passa por profundas transformações e inovações tecnológicas. "É certo que temos que buscar a atualização do Decreto que regulamenta a Lei 6.615, de 1978, pois grande parte das atividades que ele contempla já não existe mais. Houve enorme evolução das tecnologias e do próprio meio da comunicação, e a legislação precisa ser revista para retratar essa nova realidade", defende.
Ary destacou ainda a necessidade de discussões aprofundadas sobre a flexibilização da CLT; o reconhecimento das negociações coletivas e o cenário nacional, que são temas do Seminário. "Pensamos o evento como um espaço e uma grande oportunidade para que o setor se sinta provocado a participar e debater ideias e novos rumos".
