O cenário é complexo e os desafios são muitos. Na palestra que deu no segundo dia de debates do 23º Congresso Paranaense de Radiodifusão, Emerson Casali, Diretor de Relações Institucionais na CBPI Produtividade Institucional, falou sobre Relações Trabalhistas: Cenários e Desafios para o Brasil.
"A temática trabalhista é um grande desafio para as empresas do setor de comunicação social," disse ele no início da palestra promovida pela Fenaert, no dia 12/11.
Com gráficos e dados do mercado, Emerson falou da legislação trabalhista do país – burocrática, engessada e onerosa -, que não contempla as novas realidades produtivas, em especial no setor de comunicação social. Apresentou fatos recentes, como o reajuste do salário mínimo, a edição de novas leis, NRs, e portarias e sobreposição de novas jurisprudências, que ampliaram custos e afetam a gestão das empresas.
Também apresentou os fatores que impactam na produtividade do trabalho, como a falta de investimentos em educação, inovação, saúde e motivação.
Ainda segundo Casalli, a queda na geração de empregos reflete os problemas derivados da sobreposição da visão sindical ao longo dos anos, com ação consistente. "São mais de 30 anos de atuação articulada dos sindicalistas". Aliada pela timidez do empresariado, neste período, houve evolução do sindicalismo laboral e chegada ao poder, graças a capacitação de lideranças; militância política; ativismo em espaços de controle social; produção de conteúdos técnico-jurídicos; inteligência e assessoria direta em negociações coletivas; investimento em comunicação; e articulação internacional.
Para ele, o cenário econômico é desafiador para as empresas de comunicação social em função das transformações e da conjuntura econômica. E elencou como os principais desafios os investimentos em tecnologia – migração; a disputa pela verba publicitária com gigantes da internet; os custos trabalhistas e tributários crescentes; e a insegurança crescente e a conjuntura econômica sem perspectivas a curto prazo.
Apesar de todos esses desafios, Casali entende que é legítimo os empresários atuarem na defesa da sustentabilidade de seus negócios e as entidades representativas das empresas servem para isso.
